A Vaga Lume é uma ONG que empodera crianças de 86 comunidades rurais da Amazônia Legal Brasileira a partir da promoção da leitura. Doamos livros e mobiliário para a comunidade montar a própria biblioteca e capacitamos moradores como mediadores de leitura, incentivando a gestão comunitária e a formação de uma rede de voluntários permeados pela Amazônia.
Veja alguns números e conheça a história do André, que aprendeu a importância do acesso à literatura e construiu a sua própria história.
Em 20 anos de atuação, a Vaga Lume já teve diversas conquistas:
- Impactamos mais de 100 mil crianças,
- Doamos mais de 138 mil livros,
- Formamos uma rede de mais de 890 voluntários ativos,
- Realizaram 20 encontros e congressos com a rede de voluntários ao longo desses 20 anos,
- Capacitaram mais de 4 mil mediadores de leitura.
“A Vaga Lume surge a partir de um encontro de três amigas que queriam criar algo novo, um projeto social com dimensão de itinerância e que deixasse uma semente genuína por onde passasse.” Sylvia Guimarães – Presidente da Vaga Lume
Conheça a história do André Silva, que viu pela primeira vez uma biblioteca da Associação Vaga Lume aos 10 anos de idade.
Tudo começou em uma comunidade vizinha a dele, onde não podia ir com frequência. “Fiquei encantado com a biblioteca. Lembro de pedir para que tivesse um espaço como aquele na minha escola”, conta. Para a felicidade do pequeno André, no ano seguinte a ONG implantou uma biblioteca em Soure, na Ilha do Marajó, onde ele vivia.
André sempre gostou de ler, mas em sua comunidade o acesso aos livros era muito difícil – a chegada da Vaga Lume ajudou a mudar esse cenário. A biblioteca tinha muitos clássicos no acervo e o que mais marcou André foi O Diário de Anne Frank. “Consigo lembrar até hoje quando li o livro pela primeira vez”, diz.
André sempre foi muito participativo nas atividades da comunidade e com a Vaga Lume não foi diferente. Logo, se tornou voluntário e cresceu com o projeto. Ele começou fazendo a limpeza e organização dos livros e depois se tornou mediador de leitura. O que mais o impactou na época de voluntário foi ver outras crianças entrando em contato com os livros. “É indescritível a sensação de ver a alegria delas quando a gente chegava com os livros e lia para elas. Sou muito grato por ter tido essa experiência”. Inspirador!
Hoje, anos depois, ele trabalha na ONG!
“Com o tempo, notei que o projeto estava acrescentando muito na minha vida. Ele foi fundamental!”. Seu primeiro emprego foi na biblioteca da Universidade Federal do Pará, onde ele estudou Letras, e conseguiu bolsa justamente pela experiência como voluntário da Vaga Lume.
Depois que ele se formou, passou por um processo seletivo da ONG e foi selecionado para trabalhar em Belém, capital do seu estado. Antes da pandemia, a principal função dele era visitar as comunidades em que a Vaga Lume atua. Devido a Pandemia da Covid-19, a instituição está trabalhando com ajuda humanitária, enviando máscaras, equipamentos de segurança e cestas básicas para as comunidades em que o projeto está presente.
André defende a literatura como um direito humano básico.
Assim como o direito à segurança, saneamento básico e à alimentação. “Infelizmente, no Brasil, esse acesso ainda não é democrático, o livro é muito caro no país. A prioridade de uma pessoa de baixa renda nunca vai ser o livro, ela vai pensar primeiro em se alimentar”, desabafa.
O brasileiro lê pouco, mas André questiona: “como se pode gostar de algo que não tem contato?” Por isso o trabalho da Vaga Lume é tão importante!