Trechos do texto “Encontro Marcado” de Fernando Sabino;
“Eu observo que nessa primeira estrofe vai de encontro com o que estamos passando hoje, os caminhos difíceis que estamos enfrentando, os problemas dessa pandemia. É como se estivéssemos caminhando e a pandemia pegando em nosso calcanhar – tentando caminhar lado a lado. Cada passo que a gente dá acaba nos fortalecendo e criando forças para lutar contra esse vírus e contra qualquer maldade que possa nos aproximar. Partindo disso, acho que teremos que tentar fazer o melhor que pudermos, tomando os cuidados necessários.”
Voluntária Dalva Santos de Oliveira, Comunidade Cohab Véu de Noiva – Chapada dos Guimarães MT
Texto “A pequena morte” de Eduardo Galeano;
“Também faço assim de ler e reler para ficar maquinando as ideias. É isso, ninguém gosta quando a morte chega, principalmente quando é a morte do amor. Gostei da expressão ‘nascer é uma alegria que dói’, a gente chora quando nasce, né? Nossa mãe também chora. É tanto amor que dói.”
Voluntária Ana Cristina Penante, Comunidade Vila do Pesqueiro – Soure PA
“Devido ao contexto de pandemia, me trouxe algumas reflexões sobre a questão da separação. Hoje o vírus nos separou principalmente das pessoas que amamos. Pessoas morreram e separaram famílias. Parece que vocês prepararam este texto para o momento exato, da questão do isolamento, para refletirmos sobre essa questão do abraço. Fiquei 18 dias isolado e vi a importância da aproximação, do abraço. Refleti muito sobre a minha história enquanto eu estava isolado – a valorização do abraço. As pessoas deixam para se aproximar das outras quando perdem, quando sentem a morte. É importante fazermos isso em vida.”
Voluntário Noé Rodrigues Bezerra, Zona Urbana de Ponte Alta do Tocantins TO
Trechos do texto “Becos da Memória” de Conceição Evaristo;
“O personagem representa o que cada um de nós deveríamos ser. Em cada local existe alguém precisando desse Bondade. Vejo como um sentimento de doação, onde ele é capaz de se colocar no lugar do outro. A gente percebe que a bondade tem espaço em qualquer lugar, seja no campo de futebol ou na favela.”
Voluntário Evilásio Silva de Souza Filho, Comunidade Vila Santa Rosa – Cruzeiro do Sul AC
“Eu observei que o Bondade não gostava de ver ninguém sofrendo. Ele é como o passarinho que, se está em um lugar que já não está mais tão bom, ele muda.”
Voluntária Verônica de Jesus Barbosa Azevedo, Comunidade Damásio – Guimarães MA
Texto “O menino que carregava água na peneira” de Manoel de Barros;
“Eu comparo esse poema com as ações do trabalho voluntário. Quando faz analogia com coisas que a gente acha que não é possível, mas depois, no meio do trabalho voluntário, nos desperta para outra vida, enxergar aquilo que não víamos antes. Dentro do voluntariado as coisas acabam se tornando simples e nos sentimos capazes de carregar água na peneira”.
Voluntário Israel Silva Diniz, Zona urbana – Barreirinhas MA
Texto “Tecendo amanhã” de João Cabral de Melo Neto;
“Eu entendi que a gente não faz nada sozinho. Como o galo que precisa do grito de outro galo, nós também precisamos do outro. Não somos uma ilha. Vivemos com pessoas que gostamos e não gostamos, mas somos seres sociais que se complementam. Nós precisamos do outro para sobreviver. Mesmo que você queria, você não vive sozinho. O grande exemplo que tivemos nessa época de pandemia, entre nós e a Vaga Lume. Vocês de tão longe ajudando a população da Amazônia. Na comunicação, levando materiais, tantos se beneficiando com as ajudas. Igual esse galo que tece a manhã”.
Voluntária Aurilene Tertuliano da Silva, Zona urbana de Macapá AP
Trechos do texto “Amanhã, cor de fumaça” de Marina Colasanti;
“Esse texto reflete muito bem o momento em que a gente vive. A gente vê as famílias, os agravantes, onde poderia ter um avanço reflexivo para o bem estar, mas vejo que foi o oposto, aumentaram as agressões nessa pandemia, por exemplo. Sobre a mudança climática, vejo as pessoas se manifestando no mundo inteiro em prol da Amazônia, mas o fogo está no mundo inteiro. Vejo que as pessoas querem que nós cuidemos da Amazônia, pois moramos aqui, mas muitas vezes nos sentimos menosprezados. Pensam na floresta, mas não pensam nas pessoas.”
Voluntário José da Silva Araújo, Comunidade Vila Santa Rosa – Cruzeiro do Sul AC
Texto “A Perfeição” de Clarice Lispector;
“Eu me pego muitas vezes pensando assim: meu deus, em tempos como esses a gente se sente quase que inútil, porque quantas coisas mais poderíamos estar fazendo, mas a gente não consegue. Porém, muitas vezes não conseguimos enxergar, mas o outro que está olhando de fora, nos enxerga e enxerga tudo aquilo de bom que já conseguimos fazer. Às vezes eu sinto o quanto sou importante por meio do olhar do outro.”
Voluntária Lucielene Lameira Pantoja, Comunidade Boa Vista – Castanhal PA
Texto “Bem no fundo” Paulo Leminski;
“Ao ouvir a leitura só consigo pensar nas desgraças políticas que vem acontecendo. Quando a gente pensa que vai acabar o problema, que vai acabar o vírus, ou qualquer coisa, daí surge mais outro e mais outro. 2020 está terrível.”
Desabafo do voluntário Dijaik Nery de Sousa, Zona urbana de Tefé AM
Texto “Falsete” Jarid Arraes;
“O texto que o André leu brilhantemente me fez refletir sobre a relação de líder e chefe. Vivemos em um mundo muito competitivo e todos querem ser chefe, não líder (relação de opressor e oprimido). Pensando em tudo isso, confesso que foi muito triste acordar no dia 20 de novembro com a notícia de tanta violência e, o pior de tudo, as autoridades negarem o ocorrido.”
Leticia Santos Canavieira, Zona urbana de Barreirinhas MA
1 Comentário. Deixe novo
Um trabalho maravilhoso! Parabéns 👏🏻🙏🏻